Bate-papo com os pesquisadores Leandro Santanna e Giovana Xavier foi oferecido pelo Sesc RJ, marcando o penúltimo dia da 11ª Bienal do Livro de Campos
Na noite desta terça-feira (8), os historiadores Leandro Santanna e Giovana Xavier participaram da mesa “Bicentenário da Independência”, na sala três do Cine Uniplex do Guarus Plaza Shopping, na programação da 11ª Bienal do Livro de Campos. Trazidos ao evento pelo Sesc RJ, os debatedores avaliaram o processo de construção do país, por meio do povo negro, sempre ignorado. Além disso, a Semana de Arte Moderna de 1922, também foi debatida.
O pesquisador de história e produtor cultural, Leandro Santanna, especialista em estudos sobre racismo estrutural e estudioso da obra do escritor Lima Barreto, destacou a importância dos negros para o modernismo brasileiro. “Lima Barreto foi um dos críticos do processo de Independência e da Semana de Arte moderna, sendo criticado pelos artistas que participaram de tal movimento. Minha pesquisa revela a genialidade de um homem negro que foi ignorado, por intelectuais brancos, em um evento que marcou nossa cultura”, disse Leandro.
A historiadora Giovana Xavier, doutora em História Social pela Unicamp e New York University, definiu o processo da Independência do Brasil por meio da atuação de mulheres negras. “Muitas heroínas foram esquecidas pelos historiadores. Desbravar horizontes no país escravocrata que havia se tornado independente há pouco tempo, foi missão das mais difíceis. Maria Firmina dos Reis, autora de “Úrsula”, primeiro romance abolicionista brasileiro de autoria feminina, é um desses exemplos”, pontuou Giovana.
Depois do encontro, os debatedores foram cumprimentados pela presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Auxiliadora Freitas e pela diretora executiva das Artes e Culturas, Kátia Macabu, curadora da Bienal.
