Premiado em diversos concursos, o professor, autor e escritor de roteiros para histórias em quadrinhos participou do Roda dos Saberes sobre Darcy Ribeiro nesta quinta-feira
Premiado em diversos concursos literários pelo mundo – Áustria, Suíça e Alemanha são alguns países – o professor, autor e escritor de roteiros para histórias em quadrinhos, Júlio Emílio Braz, falou nesta quinta-feira (03), na Arena Cultural da XI Bienal do Livro de Campos, organizada pela Prefeitura, por meio da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, sobre “Roda dos Saberes – Centenário de Darcy Ribeiro: uma vida dedicada à educação, literatura e povos originários”. Júlio recebeu o prêmio Jabuti pela publicação de seu primeiro livro infanto-juvenil, Saguairu, em 1988.
“Na versão alemã, o livro UTI 97 foi o segundo livro mais lido na rede municipal de Berlim. Eles têm muito mais interesse pelo Brasil do que certos brasileiros”, destacou Júlio Braz.
Ele explicou que o trabalho retrata os meninos de rua, a relação dessas crianças com a polícia. “Na Alemanha não existem crianças nas ruas, porque elas têm que ser mantidas nas escolas e em tempo integral. Os alemães têm interesse até nessas questões sociais. Teve até uma escola que fez uma ‘vaquinha’ para mandar dinheiro para as crianças de rua no Brasil”, lembrou o escritor, acrescentando que gosta de interagir com crianças.
“A literatura é um cartão de visita. Você provoca curiosidade nas crianças sobre o Brasil, porque, se você olhar o mapa, é um gigante para o alemão. É um mistério para eles, que acham que todo mundo aqui é sambista, que só tem índio. A visão que eles têm da gente é estereotipada”, explicou Júlio, destacando que “a literatura é uma ponte para o conhecimento e mostra que existem diversos Brasis”. “Ao ler, a gente se vê. Muitas vezes, a gente prefere criar uma imagem idealizada do brasileiro. Não somos o que muitas vezes pensamos. Somos os outros também. Toda literatura tem que incomodar, tirar você da zona de conforto para você enxergar certas coisas”.
A Bienal homenageia este ano o Bicentenário da Independência e o Centenário da Semana de Arte Moderna. Ao todo são 250 mil títulos e 6 mil lançamentos literários. A Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL) reúne 19 editoras e 90 diferentes selos. Entre as editoras participantes através da ABDL, Autêntica, Ciranda Cultural, Culturama, DCL, Florescer, Girassol, Global, Globo, Leya Malê, Melhoramentos, Nova Fronteira, Panini, Planeta, Prolezo, Record, Rocco e Vozes, além da Editora Paulinas.
O evento tem como parceiros, ainda, a secretaria municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), Polo Arte na Escola-Uenf e SESC-RJ. E Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL); Guarus Plaza Shopping e Cine Uniplex Guarus. O Patrocínio é do Sicoob Fluminense e o apoio de Águas do Paraíba.